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A chegada recentemente de tropas do Exército Brasileiro à sede do município de Cumaru do Norte no sul do Pará, causou inquietação na população local. O intenso movimento de caminhões, máquinas pesadas, ambulâncias e soldados surpreendeu os moradores da pequena cidade, que ficaram em estado de alerta. A instalação de um acampamento militar levantou especulações de que o município estaria sendo colocado sob vigilância e monitoramento por parte das Forças Armadas. Como Cumaru do Norte abriga aldeias indígenas e áreas de garimpos e mineração, muitos moradores passaram a acreditar na possibilidade da criação de uma base permanente do Exército, com o objetivo de inibir atividades ilegais de mineração ou mesmo a demarcação de terras indígenas. Diante da situação, o prefeito Célio Marques, popularmente conhecido como “Nego”, convocou uma reunião com o Tenente-Coronel Doria, comandante do 52º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), sediado em Marabá. O encontro contou com a presença de vereadores, da procuradora do município e de secretários municipais. Durante a reunião, o comandante esclareceu que a operação tem como objetivo garantir o cumprimento da ADPF 709/2020 — uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental proposta pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o intuito de proteger os povos indígenas da Covid-19. Dinho Santos